Censurado por um plástico preto, o "Cristo Mendigo" rasga a avenida no histórico desfile da Beija-Flor, em 1989 ©Sebastião Marinho / O Globo

Joãosinho Trinta

Bruxo do lixo, gari do luxo e pensador que confunde antes de explicar, o mais polêmico carnavalesco de todos os tempos acha que o lugar é aqui e o momento é agora

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O campeão de cinco carnavais da Beija-flor de Nilópolis, entre 1976 e 1983, já foi um rapazinho que atendia num balcão de armazém em São Luís (MA) e passava o tempo contemplando as cebolas dependuradas no teto, entre um freguês e outro. Olhando para cima, não via cebolas – mas estrelas pregadas numa cortina de teatro, lugar onde nunca tinha posto os pés, e que só existiam no fundo da imaginação do adolescente que sonhava ir para o Rio e estudar dança clássica. Ele chegou lá – e muito mais longe.

Hoje, aos 58 anos, formado e já aposentado do corpo de baile do Teatro Municipal carioca, Joãosinho continua deixando a imaginação correr livremente, às vezes até mundos aos quais poucos têm acesso, como a leitura de livros sobre numerologia, mandala e islamismo. Mas é principalmente na passarela do Sambódromo, onde milhares de pessoas ao vivo e milhões pela televisão acompanham a espetacular – literalmente – evolução da Beija-flor, que esse viajante do imaginário e da purpurina se mostra com toda a sua força e magia. Triunfou na arena selvagem do samba e tornou-se o mais festejado e polêmico carnavalesco de todos os tempos.

Também, pudera. Além de inventar um luxo que só existe na imaginação do público e oscilar como um pêndulo entre os afagos dos admiradores e os queixumes dos detratores, Joãosinho conquistou um título de doutor em brasilidade, exatamente no pódio em que se exibe (e durante toda a temporada, não só no Carnaval) uma pequena e aguerrida classe de intelectuais, chamados – à falta de outro nome – de “explicadores do Brasil”. Mas, como o legendário buzinador que jogava bacalhau na plateia, Joãosinho pode ter vindo mais para confundir do que para explicar.

O sorridente Joãsinho: pai de “1001 filhos” e fã de Bach e Beethoven ©Claus Meyer

Ao contrário dos explicadores mais antigos, como Gilberto Freyre (Casa-grande & senzala) ou Paulo Prado (Retrato do Brasil), que se estenderam por muitas páginas para tentar ensinar que país é este, ele conquistou a notoriedade com a rapidez de um furacão. Pôs o povo no centro de seus desfiles e procurou agradá-lo com sua imaginação sem limites, transformando pedaços de isopor em réplicas de totens africanos e bugigangas de plástico em sedutoras e brilhantes imitações de tesouros artísticos. Em 1989, com seu enredo Ratos e urubus: larguem minha fantasia, gerou o que foi provavelmente não só o mais impressionante como também o mais cruel desfile já apresentado na passarela.

O povo parecia sair dos buracos da avenida, depois de um desastre atômico. Urubus, ratos, prostitutas, marginais de todo tipo se arrastavam num cenário cinzento e contemplados por um vulto enorme, encoberto com um pano sujo, debaixo do qual se lia: “Mesmo proibido, olhai por nós”. Era um Cristo andrajoso, cuja exibição foi proibida a pedido da Cúria Metropolitana do Rio, compondo um cenário grandioso, sombrio e desbocado, digno das obras surrealistas do cineasta Luis Buñuel ou do pintor espanhol Goya, com seus claros-escuros aterradores. “Eu acho que foi o maior laboratório de arte povera, a arte pobre, jamais visto”, extasiou-se o artista plástico Ivald Granato. “Joãosinho recuperou no Brasil o sentido trágico do expressionismo e soube refazer um cenário e uma vivência dramática com aspectos profundamente enraizados da realidade brasileira”, escreveu o crítico de artes plásticas Jacob Klintowitz. Com tudo isso, ficou em segundo lugar.

Mas Joãosinho já tinha outra reputação, a essa altura, como agitador de ideias, por ter esculpido um conceito que desmascara duramente as relações entre pobres e ricos, entre senhores e escravos. “Pobre gosta de luxo”, disse ele. “Quem gosta de miséria é intelectual.” Nos últimos anos, essa frase-bomba tem perturbado a consciência e os estudos sociais brasileiros. Por causa dela, a esquerda – mesmo a civilizada – crucificou Joãosinho, acusando-o de vender uma estética não de luxo, mas tirada do lixo dos musicais americanos dos anos 1930 e 40. Também por ela, a direita – a civilizada, inclusive – viu nele um aliado do momento. Enquanto isso, mulheres e homens pelados, em profusão, encarregaram-se de colocá-lo no topo do show business nacional.

Pai de “1001 filhos”, como ele diz, ouvinte de Bach e Beethoven para compensar os estrondos durante a preparação do desfile seguinte, Joãosinho passa a maior parte dos dias com a camisa e unhas manchadas de tinta e pó de madeira. Está empenhado agora no que chama “o maior samba-enredo da minha vida”, a criação do Espaço Flor do Amanhã, uma escola de samba profissionalizante para atender a mil crianças de rua num velho prédio de 1870 que está sendo reformado no Rio – e que pretende tirar menores do abandono e transformá-los em artífices da indústria do Carnaval, de carpinteiros a aderecistas. “Essas crianças vão ter um projeto não paternalista e que será autossuficiente”, acredita, já garantidos alguns recursos oficiais e outros da iniciativa privada. Sem partido político, não diz em quem votou para presidente e não tem dúvidas de que, se pudesse escolher, apontaria o nome de um bicheiro para o cargo. “Convivo com esses homens há muito tempo, especialmente o Anísio (Anísio Abraão David, presidente da Beija-flor), e conheço a noção de honra que eles têm”, diz.

Joãosinho recebeu o editor da Revista Goodyear, Geraldo Mayrink, num abafado e entulhado barracão no bairro carioca do Catumbi, onde estavam sendo montados os carros alegóricos de 1992, sob o tema Um ponto de luz na imensidão, sobre a tevê brasileira. Otimista, o filósofo da Beija-flor explica o que pensa do samba, do caráter nacional e do país que para ele continua sendo o lugar do futuro.

GERALDO MAYRINK | Todo ano se diz que o Carnaval está acabando. Você concorda?

JOÃOSINHO TRINTA | Claro que não. Mesmo do ponto de vista puramente do espetáculo, por exemplo, as escolas de samba só rendem um terço do que poderiam render num desfile. Faltam ainda dois terços. Falta um teatro, pois a passarela do Sambódromo é um erro arquitetônico do gênio de Oscar Niemeyer. Falta luz certa; as escolas ficam o tempo todo sob uma luz de estádio que não tem nada a ver com o espetáculo. E o problema do som está longe de ser resolvido.

GM | Além do espetáculo, o que um desfile significa?

JT | A escola de samba é a última coisa valiosa que nos resta, o único megaespetáculo do mundo que se faz sem nenhum tipo de ensaio geral e o único também cuja estreia não pode ser adiada. A imagem do Carnaval é uma das poucas coisas que sobram dessa voragem terrível na qual o Brasil foi envolvido. Cultura popular, identidade, economia, esperança – tudo isso foi devorado pelos grandes monstros criados atualmente, como o egoísmo. O Carnaval é sua própria mensagem. Ele diz que o brasileiro é criador, forte e organizado na grande desordem em que se transformou o país. E tem ensinado que, quando existem honestidade e paixão, as coisas acontecem, até mesmo no plano financeiro.

GM | Essas qualidades do brasileiro não seriam de certa forma uma ilusão, coisa de artista?

JT | O Carnaval sempre foi para mim um momento de grande arte, de realização cultural neste país tão carente de realizações. Todo o meu empenho tem sido o de elevar a qualidade desse espetáculo, que eu chamo de ópera de rua, porque um desfile de escola de samba é exatamente como uma ópera de rua. Mas toda a minha trajetória foi feita entre dois pilares, o Carnaval e o trabalho social, de comunidade, sem o qual não vejo futuro para as escolas de samba. Agora, como artista, eu vou às Lojas Americanas, compro uma prancha de isopor, divido ao meio e crio dois totens africanos. Nesse caso sou aliado da ilusão: se engano os que não conseguem conceber como se transformam as Lojas Americanas em África, tanto melhor. Fico gratificado pelos que falam do luxo da Beija-flor. Essas pessoas estão sendo enganadas, e eu estou cumprindo minha missão, que é, pelo menos por uma noite, vender gato por lebre. Sempre tive a lucidez de que através da arte se conseguem todas as transformações. Minha arte é a escola de samba e é através desta que acredito na possibilidade de um grande trabalho.

GM | Qual o sentido do seu trabalho?

JT | É atender às crianças, principalmente as crianças de rua, essa população que inclui de bebês a adolescentes e que hoje é o grande flagelo da vida brasileira: o menor abandonado. É para essa criança que dirijo toda a minha capacidade de trabalho, por acreditar que neste país vai acontecer uma grande civilização – a civilização do terceiro milênio. E por acreditar nesse caminhar do homem sobre a face da Terra, do Oriente para o Ocidente, e que é aqui no Brasil que a serpente morde a cauda – como mostra o uróboro, um símbolo oriental significando exatamente isto, a serpente mordendo a cauda, isto é, um ciclo que se fecha. É aqui que vai acontecer a grande civilização do terceiro milênio porque, como disse José Vasconcelos, um etnólogo mexicano, é entre a bacia do Amazonas e a do Prata que surgirá uma raça cósmica por ser portadora de todas as dores e esperanças da humanidade.

GM | Você está mesmo convencido disso?

JT | Sempre estive muito convencido.

GM | Porque as aparências não indicam muito.

JT | Aparências? Todos nós sabemos – e a Bíblia ensina – que no caos se originam todas as coisas: “No princípio era o caos”. Tudo o que principia, principia no caos. É no caos que se trituram todos os elementos, é nele que se faz a separação do joio do trigo. É exatamente o que está acontecendo neste momento e neste país.

GM | Estamos no caos, então?

JT | É o caos, sim – ou você quer ainda mais?

GM | O caos sempre pode ser aprofundado.

JT | O que estamos passando aqui, assassinando crianças, é o caos, ou pelo menos o princípio dele. Matam-se crianças porque aqui estão se debatendo duas forças, a negativa e a positiva. Neste país temos a mais alta espiritualidade e a mais baixa malignidade. E é exatamente aqui que estão se confrontando essas duas forças, seguindo a lei da polaridade, que é universal e irreversível. É aqui que se misturam todos os genes, todas as almas e todas as experiências do mundo. O tempo e o espaço do Brasil são o tempo e o espaço cósmicos. Já não é uma civilização, um povo, uma raça, mas uma mistura de todas as raças. É a grande experiência da fusão de todos os sangues, o grande cadinho. É um grande desafio. O Brasil tem a forma de um grande coração.

GM | O que é treva no Brasil hoje?

JT | A treva está visível nas ruas, nos 40 milhões de crianças carentes, abandonadas, prostituídas – uma página negra que só aconteceu uma vez, 1991 anos atrás, quando Herodes mandou matar todos os recém-nascidos. O rei poderoso que hoje manda matar crianças no Brasil tem vários nomes: egoísmo, maldade, desamor, corrupção, como os monstros dos sete pecados capitais. Eles são consequências, não causas. A roubalheira, a não fixação do homem no campo, a decadência da nossa agricultura – construímos um parque industrial e ainda importamos arroz e feijão – e outras perversões históricas formaram este quadro de treva, em que os homens se transformaram em demônios.

GM | Existe um mau caráter nacional?

JT | Se existe? Mas que pergunta chocante! Isso é tão óbvio… Os europeus, por exemplo, estão indignados com o Brasil porque nós não estamos suficientemente indignados com essa matança de crianças, virou um fato banal do dia a dia. A passividade brasileira tem causas seculares, vamos encontrá-la na Idade Média europeia.

GM | Tão longe assim?

JT | Não, tão perto. Hoje não é longe. É só apertar um botão e a Europa está do seu lado. Talvez esteja longe no tempo, mas esse tempo de repente já chegou até aqui. Na Europa medieval a Igreja usava um arquétipo de Deus em duas direções: o poder temporal e o poder espiritual. O poder temporal exercia-se através do rei, do ungido de Deus, o anjo de Deus, e que governava com toda a sua hierarquia, com toda a sua corte, mesmo que fosse uma corja de loucos e depravados. Lá embaixo, mais embaixo mesmo que o último escalão da corte, estava o povo. Poderes sacramentados durante séculos, com tanta pompa e poder, tornaram o homem ocidental cristão temente e passivo, esperando sempre que as coisas se resolvessem de cima para baixo. É essa hierarquia ancestral que continua pesando sobre nossas cabeças. Estamos sempre acusando o nosso pai, a nossa família, a mãe, os parentes, o patrão, o prefeito, o governador e o presidente da República. Aí, chegamos a Deus. A todo momento estamos recorrendo a Deus. “Se Deus quiser…”, é o que dizemos. Por isso estamos sempre carentes. Essa carência é que nos faz cometer o pecado da omissão.

GM | Mas isso não aconteceu só no Brasil.

JT | Aconteceu no Ocidente todo. No entanto, esse poder incomensurável encontrou aqui três raças pacíficas – portanto, próximas de passivas – nos negros, nos índios e nos brancos portugueses, cada uma com sua forma de reação, mas todas tendendo para a imobilidade. A hierarquia foi tão bem preparada e insuflada durante tanto tempo que se instalou no inconsciente coletivo. Quando o negro, a escola de samba ou qualquer folclore procuram reviver os modelos de realeza, como acontece com tanta frequência nos desfiles carnavalescos, estão manifestando o desejo de ascensão social.

GM | Então quem gosta de miséria é mesmo intelectual, já que o povo prefere o luxo?

JT | Quando eu disse isso estava me referindo aos pseudointelectuais, que na época me cobravam o fato de não retratar a realidade brasileira – fosse ela qual fosse! – nos meus desfiles. Eu queria fazer um Carnaval de alto nível com muito mais criatividade do que dinheiro, que aliás era muito pouco para ser gasto lá. Perdi desfiles porque muitos jurados de esquerda, pessoas que foram perseguidas e até torturadas durante o regime militar, decidiram – e diziam isso em público – que nunca dariam nota 10 à Beija-flor em nenhum quesito. A escola havia feito enredos sobre o Mobral, em 1973, o Grande decênio, em 1974, comemorando os dez anos de regime militar, e Brasil ano 2000, em 1975. Ganhou prêmios e o apelido de Unidos da Arena. Mas só fui para a Beija-flor em 1976 e paguei o pato. Eu respondi para aqueles pseudointelectuais que a realidade brasileira, para mim, não é a miséria. Aliás, para mim o Brasil é que é irreal. Não se pode pensar num lugar tão rico com pessoas vivendo dessa maneira miserável. Para estas é que eu faço o luxo da minha fantasia e da minha criação.

GM | Isso basta?

JT | Eu nunca separei o Carnaval do trabalho social. O Carnaval me deu possibilidade de dizer o que penso, de várias maneiras, e de estar falando com você aqui, agora. Cada enredo meu tem sempre um lastro positivo, porque estou aqui para construir. Quando o desfile é feito dentro dessa vibração, dá ao povo isso a que me referi, mesmo sem que muitos o entendam. Estou sempre mudando, nos desfiles e na minha vida. Mas substancialmente continuo com a mesma base, porque a base do meu pensamento não é muito pessoal.

GM | Não?

JT | Pessoal, não. O meu próprio nome tem um número. Sou Trinta de família. E por ter um número no nome é que tenho me aprofundado um pouco nesse mistério da chamada Santíssima Trindade, o número 3. Aí se encontram algumas chaves, alguns parâmetros de conhecimento que não são pessoais, são universais. Até onde a mente humana puder alcançar, ela vai sempre encontrar os números l, 3 e 7. Pitágoras já dizia isso, mas eu descobri. Por exemplo: 1 é sempre o número da unidade, do todo. A música tem sete notas. Nas cores, o branco é a síntese, e sete são as cores do arco-íris. O 7 pode se refazer em sete formas diferentes (desenha num papel para explicar melhor). E se girarmos nesse sentido aqui, da direita para a esquerda, no sentido dos ponteiros do relógio, é uma coisa do Buda – do construir, de que estava falando.

GM | Mas parece uma suástica.

JT | Não. Isto aqui é a cruz do Buda. Parece suástica, mas é o contrário. Ela gira inversamente aos ponteiros do relógio. Por isso, as artes se inclinam para trás. Esta aqui (desenha) é do destruir, e por isso Hitler a usou, porque o trabalho dele era de destruição. Esta aqui, do Buda. Constrói.

GM | Você é religioso?

JT | Isso é religião. Só que é realidade. Religião é religar, mas religar o quê?

GM | Você já fez militância político-partidária?

JT | Não gosto de coisas partidárias. Não posso estar filiado a partidos. O pensamento brasileiro, aquela mistura de que eu falei antes, conduziu a uma negação de um parâmetro do pensamento anglo-saxão, aquele que diz que tempo é dinheiro. Isso é resultado de uma cabeça muito cerebral, do funcionamento do lado esquerdo do cérebro, mais pragmático. Nós somos mais intuitivos. Procuro trabalhar com o lado direito do cérebro, rumo a uma visão holística das coisas. Se todos se juntassem, em vez de se partirem, em busca de uma unidade, se fossem deixados de lado tanto egoísmo e tantos interesses, aí eu faria parte desse partido.

GM | Parlamentarismo, presidencialismo ou monarquia?

JT | Três coisas distintas e nenhuma verdadeira.

GM | O brasileiro tem futuro?

JT | Só tem.

GM | Está tendo presente?

JT | Isto é presente. E é um grande presente. É o momento exatamente em que vão se definir as almas, os pensamentos, e será banido o arcaico, que é essa soma de malignidades. O mundo, quando começa a derrubar muros em busca de comunidades novas, está querendo uma unidade, um trabalho místico, que é um corpo vivo e sem fronteiras. O Brasil é o grande coração do mundo, por onde vai passar a grande energia da alegria. Conheço o mundo inteiro e fiquei fora tempo bastante para ter distanciamento de ver e certeza de que a minha intuição estava certa. A Bíblia ensina que tudo tem um tempo, o de nascer, o de florescer e o de morrer.

GM E o que é luz no Brasil de hoje?

JT | Ter uma mulher de oitenta anos dentro de uma escola de samba e tratá-la como deusa, quando as brasileiras de cinquenta anos são consideradas imprestáveis. Ou fazer o maior espetáculo da Terra com pouco dinheiro. Eu viajo na fantasia e procuro mergulhar nessa relação, que é a vida em todas as suas dimensões. Os brasileiros ensinarão ao mundo uma nova forma de respeito pela vida, uma outra sensibilidade universal. O Brasil é uma verdadeira escola de samba, e não um bloco em que todos põem uma fantasia igual e fazem a mesma coisa. O Japão é um bloco. A Holanda é um bloco. Mas o Brasil é uma escola.